Falar em línguas
Falar em línguas
Acredito sim na continuação dos dons do Espírito; recebi o Espírito Santo e fui batizado nEle; sou de origem pentecostal; mas não concordo com alguns ensinamentos e práticas antibíblica do movimento. Mostrarei através da história e na Bíblia como de fato é esse assunto ( dom de variedades de línguas ).
Um resumo histórico
14/04/2011
Esse comentário não enaltece o dom nem apóia as algaravias, só mostra a continuação dele na história.
Discordo totalmente do teólogo Inglês Matthew Henry, quando chama o dom de língua de: ”o mais inútil e o mais insignificante de todos os dons.” Não pode ser inútil, porque é um dom de Deus!
Ico12.7 |
Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. |
Mc 16.17 E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; 18 Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão.
Sabemos que esse texto não consta no texto grego crítico adotado, mas, consta em muitos manuscritos antigos. Também, todos nós acreditamos que: Em nome de Jesus, se expulsa demônios, cura-se enfermos, a história mostra servos de Deus sendo curados após ingerirem coisas mortíferas e até pegando serpentes. Acreditamos que tudo isso é fato; mas, alguns têm dificuldades em aceitar justamente o item: falarão novas línguas! Essas línguas não são aprendidas nas escolas como também não são as outras manifestações. É tudo em nome de Jesus! De uma coisa tenho certeza: não foram os atuais pentecostais que inseriram esse texto no evangelho.
I co 13.8 O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
9 Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
10 Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando vier o que é perfeito tudo cessará, tudo acabará. Profecias, línguas, ciências. O perfeito não veio ainda. Tudo continua!
O que é “o perfeito”? é o amor? O texto inteiro fala dele. Mas, analisando a história do cristianismo não temos visto sendo vivido o amor (ágape) de I co 13.
Será a conclusão do cânon sagrado N.T. concluído no I século? Esse é o argumento mais querido por muitos. Agora: será que o apóstolo estava querendo dizer isso? E os coríntios entenderam, que teriam que parar de profetizarem, de falarem línguas? O interessante é que ninguém afirma que as ciências (conhecimentos) também cessariam. Por que? Está no mesmo texto! Outra coisa: Será que na mente do apóstolo, ao escrever aos Coríntios, havia a ideia que iriam ser juntos todos os seus escritos em um novo livro sagrado? Ou Paulo estava falando e os coríntios não entendiam e os que acreditam assim (cessacionalistas) foram os que entenderam dessa forma?
Quando vier o que é perfeito... Um excelente comentário nesse texto é feito pelo o Rev. Augustus Nicodemus, Presbiteriano, em seu 3º sermão sobre o culto espiritual. Ele diz mais: “Calvino também afirmava que o perfeito é o Senhor Jesus Cristo”. Então se desfaz a ideia cessacionalista nesse texto.
I co 13.12 Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Com isso quero dizer que: o falar em línguas nunca foi e nem será o maior dom do Espírito Santo. Só os desinformados é que pensam assim.
Deixando de lado todos os exageros do meio pentecostal, eu prefiro continuar acreditando no que as sagradas escrituras ensinam.
Concordo com Agostinho quando dizia: "É melhor os peritos censurarem-nos do que o povo não nos entender" (Enarr. in Ps 138; PL 37, 1796). Ainda assim não podemos negar uma realidade.
Segundo Brian schwertley em seu livro “o movimento carismático e as novas revelações do Espírito”. Ele afirma que o derramamento do Espírito Santo em Atos capitulo 2, foi um acontecimento único na história do cristianismo. Mas a bíblia afirma: At 2.39
Aquele dia de pentecoste que aconteceu cerca do ano 30, não foi a única vez. Em At 10.44-47 e 11.15-17 aconteceu outra vez e foi em torno de dez anos depois cerca de 40.
Em At 19.1-7 repetiu-se e era cerca de 54-57; nessa mesma época o apóstolo Paulo escreve aos Coríntios sobre o assunto ensinando e combatendo os exageros, isso é prova que estava em evidencia.
Imagine: Paulo ensinando sobre um dom que não existiria mais, pois tinha ocorrido só no dia de pentecoste. Isso é chamar o apóstolo de desenfornado! E mas: além dele organizar o uso desse dom segundo a vontade de Deus, ele ensina que existe outro que se harmoniosa com esse, é o de interpretar as línguas. Isso é muito interessante, não?
ICo12.10 |
E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. |
I Co 14.2 |
Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios. |
4 |
O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo... |
5 |
E eu quero que todos vós faleis em línguas... |
13 |
Por isso, o que fala em língua desconhecida, ore para que a possa interpretar. |
26 |
Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. |
27 |
E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete. |
28 |
Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus. |
Mais uma vez: não estou exaltando o dom de língua, só estou mostrando sua continuidade. Com toda certeza devemos buscar principalmente os melhores dons, mas não devemos desprezar ou negar os demais.
Ao longo de toda a História, desde o dia de Pentecostes até aos dias de hoje, sempre o batismo no Espírito Santo foi uma experiência à disposição de todo o crente.
Uma história narrada por Frederic William Farrar (1831-1903), historiador e Deão da Catedral de Canterbury, na Inglaterra. Em suas pesquisas sobre a Igreja Primitiva, Farrar registra a visita às escondidas de um príncipe britânico da Corte Romana a uma reunião cristã. Segundo a narrativa, em dado momento da reunião, “línguas desconhecidas” foram ouvidas.
“As palavras que pronunciavam eram elevadas, solenes e cheias de significação misteriosa. Não falavam a sua própria língua, mas parecia que falavam toda a qualidade de idiomas, embora não se pudesse dizer se hebraico, grego, latim ou persa. Isso se deu com uns e outros, segundo o impulso poderoso que operava na ocasião”, transcreve Farrar.
Um outro registro vem-nos pela pena do anticristão Celso, citado pelos Pais da Igreja: Celso, um filósofo pagão que odiava os cristãos, menciona em um dos seus discursos do segundo século (c. 176) que os seguidores de Cristo falavam línguas.
O discurso de Celso é citado literalmente nas obras Contra Heresias e Comentário de João, de Orígenes (185-253); Orígenes cita-o para comprovar que no segundo século os cristãos falavam em línguas. Em seu discurso, Celso afirma que os cristãos são “estranhos” e “fanáticos”, e que em suas reuniões “falam palavras ininteligíveis para as quais uma pessoa racional não consegue encontrar significado”. Ele diz que são línguas “muito obscuras”.
Tertuliano de Cartago Dr. Da igreja, em sua obra Contra Márcion, faz um desafio a que Márcion lhe mostre os seguintes fenômenos: “Algum profeta que não fale por sentido humano, mas pelo o Espírito de Deus, que predizem o futuro e manifestem os segredos dos corações; que mostrem um salmo, uma visão, uma oração apenas que seja pelo Espírito, num êxtase, isto é, num arrebatamento quem quer que haja experimentado uma interpretação de línguas; mostre-me também, alguma mulher de língua jactanciosa de sua comunidade que profetize, alguma dentre essas suas irmãs especialmente santas. Pois agora, todos esses sinais se produzem em minha comunidade sem nenhuma dificuldade... Tertuliano é tido como herege por ter rompido com a igreja romana. Mas, muitos dos seus ensinamentos permanecem até hoje sendo ensinados nas comunidades cristãs.
Irineu de Lyon era discípulo de Policarpo, que por sua vez foi discípulo do apóstolo João. Ele foi bispo em Lyon, na França. A Igreja de Irineu era uma das poucas comunidades cristãs da época em que os dons espirituais ainda estavam em plena atividade. Em seus escritos do final do segundo século, Irineu afirma:
“... Por isso o Apóstolo [Paulo] diz: Falamos de sabedoria entre os perfeitos, chamando perfeitos os que receberam o Espírito de Deus e que falam todas as línguas graças a este Espírito, como ele mesmo falava. Nós também ouvimos muitos irmãos na Igreja, que tem o dom da profecia, e que através do Espírito, falam todos os tipos de línguas, e trazem à luz para o benefício geral as coisas escondidas dos homens, e declaram os mistérios de Deus, a quem o apostolo chama espiritual (1 Cor 2,15 )…”. (Contra as Heresias livro 5, cap. 6.1)
Eusébio de Cesárea preservou esse texto em sua História Eclesiástica livro 5 capitulo VII - 6 e já era o IV século.
Arquelau, bispo de Carcar no fim do III século c. 277 comenta sobre o dom de línguas no Pentecostes. O contexto indica uma identificação como idiomas naturais. Para Arquelau, Mane era incapaz de conhecer qualquer outro idioma:
“Ó seu bárbaro persa, você nunca foi capaz de conhecer a língua dos gregos, dos egípcios, ou dos romanos, ou de qualquer nação,... Pelo que diz a Escritura? Que cada homem ouvia os apóstolos falarem em sua própria língua através do Espírito, o Parácleto”. (Disputa com Mane, XXXVI)
Veio então o advento do catolicismo romano, seus dogmas espúrios e o consequente engessamento da Igreja. Mesmo assim, há registros de que, no quarto século, Pacómio (c. 292-348), o fundador do primeiro mosteiro, falava em grego e latim sem nunca ter estudado essas línguas. Pacómio nunca explicou o caso e todos começaram a atribuir essas suas habilidades ao Espírito Santo.
I co 12.28 E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.
29 Porventura são todos apóstolos? são todos profetas? são todos doutores? são todos operadores de milagres?
30 Têm todos o dom de curar? falam todos diversas línguas? interpretam todos?
Elas só voltam à tona da Reforma Protestante em diante. Existiram casos entre os séculos V e XV, pois o Espírito Santo nunca deixou de atuar plenamente na História, mas foram poucos os que ficaram registrados para a posteridade.
Só no século XII surgem novamente referências concretas a línguas estranhas nos registros históricos:
Pedro Valdo, rico comerciante francês do Delfinado (Leste de França), resolve dar todos os seus bens aos pobres e reúne os fiéis dispostos a lutar com ele contra o luxo e a opulência do clero romanista. Nascem, assim, os valdenses, caracterizados pelo desejo de um “evangelismo puro”
Por só reconhecerem “a autoridade dos Evangelhos”, os valdenses foram excomungados em 1182. Perseguidos por Roma, espalharam-se na região de Lyon, depois na Provença e até ao Norte de Itália e à região da Catalunha.
Segundo registros históricos, “os primeiros valdenses falavam línguas desconhecidas”. Esses registros são ressaltados pelo jornalista norte-americano John Sherrill, em uma pesquisa que fez sobre o Movimento Pentecostal antes de aceitar o pentecostalismo, e que foi publicada posteriormente sob o título “They Speak in Other Tongues”.
Nos séculos seguintes, há referências a manifestações espirituais entre albigenses e outros grupos, mas nada muito direto no que concerne a línguas estranhas. De qualquer forma, isso mostra que os dons espirituais ainda estavam sendo usados, mesmo que não em sua plenitude, como nos primeiros séculos da Igreja. Afinal, se a principal doutrina, a da Salvação, ainda precisava ser resgatada, o que dizer das demais? Por isso, só após a Reforma Protestante os registros aumentam.
No mesmo período, há o dom entre os pietistas. O Movimento Pietista nasceu na Alemanha, em 1666. Em seu livro “The Pilgrim Church”, na página 468, o historiador Edmund Hamer Broadbeent (1861-1954) cita registros de línguas em cultos pietistas nos séculos XVII e XVIII: “Um estranho êxtase espiritual vinha sobre alguns ou sobre todos, e começavam a falar em línguas. De quando em quando essas manifestações se repetiam. A muitos deles, estas coisas pareciam mostrar que, agora, eram um só coração e uma só alma no Senhor”.
O Mons. Ronald A. Knox ( ele não concordava, mas também não negava a existência do falar em línguas na história ), em seu livro sobre o Enthusiasm, discute este fenômeno entre os profetas franceses do século XVII, onde ele (o dom) se manifestou entre os huguenotes de Cevennes - protestantes calvinistas - e também entre os jansenistas, seguidores do teólogo reformado holandês Cornelius Jansenius 1585-1638.
No século XIX, há grande quantidade de registros do dom. Em 1830, na Escócia, uma jovem de Fernicarry, chamada Mary Campbell, planejava tornar-se missionária. Ela começou a orar por isso e, em uma certa noite daquele ano, quando orava junto com outros amigos, Campbell sentiu poderosamente a presença divina e começou a falar em um idioma que não conhecia. No começo, pensou que se tratava de uma língua que a ajudaria na obra missionária, mas nunca pôde identificar que idioma era aquele.
Na mesma época, na Inglaterra, um destacado ministro londrino, o reverendo Edward Irving (1792-1834), presbiteriano, recebeu o batismo no Espírito Santo. Ele e a sua congregação foram excluídos da denominação. Havia línguas e profecias nos cultos.
Foi em Julho de 1822 que Irving, então com 30 anos, foi convidado a pastorear uma pequena congregação da Igreja na Escócia em Londres, a Caledonian Chapel.
No início do ano seguinte, as multidões que se reuniam para ouvi-lo eram tão grandes que um novo templo precisou ser construído: a majestosa catedral de Regent Square. Em 1827, quando o novo templo foi inaugurado, cerca de mil pessoas freqüentavam os cultos regularmente, fazendo dela a maior igreja da capital inglesa.
A fama de Irving se devia ao fato de ser um pregador eloqüente. Um historiador diz que “nenhum ídolo e nenhum pecado escapavam do açoite profético de suas denúncias abrasadoras”. Mesmo assim, “a alta sociedade londrina ocorria para ouvi-lo, inclusive distintas personalidades do mundo político e intelectual, como Canning, Lord Liverpool, Bentham e Coleridge. Embora os seus sermões se estendessem em média por duas horas, era preciso reservar lugares com dias de antecedência”.
A partir de 1825, Irving começou a reunir-se com amigos na casa do banqueiro Henry Drummond, em Albury Park, para estudar escatologia e “buscar o Senhor, pedindo um derrame do Espírito Santo”. Então, em 1830, surgiram ocorrências de línguas e profecias na Escócia. Um ano depois, no final de 1831, surgiram também línguas e profecias nos cultos de Regent Square, a igreja pastoreada por Irving, que se recusou a proibi-las. Semanas depois, Irving foi afastado do pastoreado de Regent Square. Mais de 600 pessoas o acompanharam. Após a morte de Irving aos 42 anos, devido à tuberculose, esse grupo fundou a Igreja Apostólica de Londres, que aos poucos se diluiu.
Em 1854, falando de um avivamento em uma igreja evangélica da Nova Inglaterra, um crente chamado V. P. Simmons escreveu impressionado: ”Em 1854, o ancião F. G. Mathewson falou em línguas, enquanto o ancião Edward Burnham interpretou as mesmas”.
Nessa época, R. B. Swan, pastor em Providence, Rhode Island (EUA), escreveu: ”Em 1875, nosso Senhor começou a derramar sobre nós de seu Espírito. Minha esposa, eu e alguns irmãos começamos a proferir algumas poucas palavras em uma língua desconhecida”. Em 1879, mais outro caso: um crente chamado Jethro Walthall, do Estado de Arkansas, recebeu o batismo.
Quando o Movimento Pentecostal se inicia, o caso de Walthall é relembrado e ele escreve:”Quando tive essa experiência, nada sabia do ensino bíblico acerca do batismo no Espírito Santo ou do falar em línguas”.
Foi só com Charles Fox Parham ( 1873-192 ) que a doutrina do Batismo do Espírito Santo passou a ser entendida como é hoje. Foi ele quem resgatou a compreensão, bastante clara nos tempos apostólicos, de que as línguas estranhas eram evidência externa do batismo no Espírito.
Tudo ocorreu quando Parham, um professor de Teologia pertencente à Igreja metodista, resolveu abrir um seminário em Topeka, Kansas. Ele abriu a Escola Bíblica Betel, como passou a ser conhecida, em uma casa que pertencera a um tal de Stone, que fizera um trabalho mal feito ao construir o lugar. Por isso, o casarão passou a ser chamado de a “ tolice de Stone”. Era Outubro de 1900 quando ele começou as aulas para cerca de 40 estudantes. Alguns deles já haviam estudado em outros institutos bíblicos.
O que atraiu esses alunos foi o fato de a proposta de Parham consistir em promover um ano de estudos onde ele e os demais alunos estudariam sobre “como descobrir o poder que capacitará a Igreja a enfrentar o desafio do novo século”. Seria um ano de treinamento com estudo da Palavra, oração e evangelismo.
Cada aluno teria um período de três horas do dia dedicadas exclusivamente à oração. Conta-se que alguns passavam a noite orando. Era também uma “escola da fé”, como se chamava, já que nenhuma taxa seria cobrada para moradia e alimentação. O objetivo da escola era, em síntese, preparar-se para a obra do Senhor e clamar a Deus por um novo avivamento para as igrejas.
Em 25 de Dezembro de 1900, depois de estudarem sobre Arrependimento, conversão, consagração, santificação, Cura Divina e Segunda Vinda de Jesus, Parham precisou viajar, mas deixou uma tarefa para seus alunos. Disse ele: “Em nossos estudos, nos deparamos com um problema. E o segundo capítulo de Atos? ...Tendo ouvido tantas entidades religiosas reivindicarem diferentes provas para a evidência do recebimento da batismo recebido no Dia de pentecostes, quero que vocês estudem diligentemente qual é a evidência bíblica do batismo no Espírito, para que possamos apresentar ao mundo alguma coisa incontestável, que corresponda de forma absoluta com a Palavra”. Três dias depois, Parham retorna e seus alunos apresentam a seguinte resposta: a prova irrefutável em cada ocasião era que eles falavam em línguas, e mesmo nas passagens bíblicas onde as línguas não são citadas na experiência do batismo no Espírito, elas estão claramente implícitas. Parham concordou com a resposta e passou a sistematizar a doutrina.
Porém, em 1 de Janeiro de 1901, a Escola Bíblica Betel saiu da teoria para a prática. Em um período de oração, a aluna Agnes Ozman, de 18 anos, pediu para que Parham e os demais alunos impusessem as mãos sobre ela pedindo o batismo no Espírito Santo. Eram 11h daquele dia quando Ozman se tornou a primeira pessoa, depois do período apostólico, a receber o batismo no Espírito consciente de que as línguas eram a sua evidência externa. O poder sobre ela foi tamanho que passou três dias sem conseguir falar em inglês. Ozman transbordava no Espírito toda a hora, louvando a Deus em línguas em todos os momentos. Nos demais dias, todos os outros receberam o batismo, inclusive o próprio Parham, que foi um dos últimos.
Paulo escreveu a primeira carta à Igreja em Corinto, por volta de 55-56 d.c. E os capítulos 12-14 em cerca de 20 anos depois daquele dia de pentecostes onde o Espírito Santo desceu sobre os crentes, o intuito do apóstolo é de organizar o culto no que se referia aos dons e entre esses o de línguas, pois aquela comunidade mais pareciam meninos e embriagados espirituais. Lembremos sempre que o apóstolo queria organizar e não proibir a manifestação desse dom.
Algumas pessoas acreditam que essas manifestações só estavam ocorrendo com a igreja em Corinto, pois é justamente com quem se trata o assunto. Se assim pensarmos então teremos que acreditar que só a igreja em Roma precisava entender sobre a graça e a lei, só a igreja em tessalônica precisava de consolo a respeito da vida pós-morte, só os colossenses não entendia o que era liberdade em Cristo, etc. Mas a realidade não é essa.
Um conselho do Apóstolo: não seja menino no entendimento... a língua é um sinal para os incrédulos... I Co 14.20-22 tanto Judeus quanto os que querem ser.
At 2. Naquela ocasião foram manifestas pelo Espírito Santo, cerca de 16 ou mais idiomas diferente falando das grandezas de Deus aos presentes. Só que aquela manifestação não foi exclusiva àquele dia; mais de 25 anos depois Paulo escreve aos Coríntios ensinando uma maneira organizada de comportamento nas reuniões para edificação do crente em particular e da igreja de Cristo. I Co 12.28-30
No capitulo 14 dessa carta o Apóstolo fala de pormenores nessas manifestações.
I Co 14.2 Pois quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios.
O Apóstolo ensina que há ocasião em que só Deus entende o que falamos, esse mistério existe quando não há interpretação da língua falada no momento na congregação; o melhor a se fazer é se conter, falar baixinho, falar com Deus pra não ser incomodo pra ninguém. Leia I Co 14.28 e compare com o Vss 2.
Nos versos 4,5,6 o que fala em língua, se não houver interpretação para edificar a igreja, ele edifica a si mesmo; o melhor é ele se conter, por que na igreja só se aproveita o que é inteligível, o que se entende.
4 O que fala em outra língua a si mesmo se edifica, mas o que profetiza edifica a igreja.
5 Eu quisera que vós todos falásseis em outras línguas; muito mais, porém, que profetizásseis; pois quem profetiza é superior ao que fala em outras línguas, salvo se as interpretar, para que a igreja receba edificação.
6 Agora, porém, irmãos, se eu for ter convosco falando em outras línguas, em que vos aproveitarei, se vos não falar por meio de revelação, ou de ciência, ou de profecia, ou de doutrina?
Nos versos 9,10,11 É exortado a agir ou falar de forma compreensível, pra não estar perdendo tempo.
9 Assim, vós, se, com a língua, não disserdes palavra compreensível, como se entenderá o que dizeis? Porque estareis como se falásseis ao ar.
10 Há, sem dúvida, muitos tipos de vozes no mundo; nenhum deles, contudo, sem sentido.
11 Se eu, pois, ignorar a significação da voz, serei estrangeiro para aquele que fala; e ele, estrangeiro para mim.
Nos versos 13,14,19 Falando em língua pelo Espírito sem entender , sem interpretar, minha mente fica sem fruto; o melhor é orar e pedir a Deus a interpretação para que haja entendimento e instrução.
13 Pelo que, o que fala em outra língua deve orar para que a possa interpretar.
14 Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera.
19 Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para instruir outros, a falar dez mil palavras em outra língua.
Nos versos 22,23 Fala do sinal para os incrédulos, e o cuidado do culto racional, inteligente para não escandalizar.
22 De sorte que as línguas constituem um sinal não para os crentes, mas para os incrédulos; mas a profecia não é para os incrédulos, e sim para os que creem.
23 Se, pois, toda a igreja se reunir no mesmo lugar, e todos se puserem a falar em outras línguas, no caso de entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão, porventura, que estais loucos?
Nos versos 26,27,28 Tudo com ordem, numero limitado de manifestações em línguas; não pode ser muitos falando ao mesmo tempo; é um após o outro (um de cada vez) e tem que ter quem interprete! Não tendo intérprete, contenha-se, não chame a atenção, fale baixinho, não incomode, não escandalize, esse mistério é com Deus, não é pra congregação, não havendo interprete, não existindo quem entenda não é pra igreja.
26 Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação. Seja tudo feito para edificação.
27 No caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete.
28 Mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus.
I Co 14.2 Pois quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios.
Se não há interprete não é pra igreja; é entre você e Deus; então se contenha, fale baixinho, cale-se pra igreja; se não houver interprete é entre você e Deus...
Nunca esqueça! O dom de variedade de língua existe e sempre existirá enquanto a igreja de Cristo estiver na terra.
É um dom de Deus dado pelo Seu Santo Espírito; os exageros, as asneiras, as imbecilidades e escândalos pertencem aos ignorantes e aos desobedientes.
O dom de variedade de língua é um do Espírito como também o é: expulsar demônios, curar, fazer maravilhas,... Estão juntos nos mesmos textos: Mc 16.17,18 ; I Co 12.1-11 se um é válido e continua ainda hoje, então todos continuam.
Todos os comentaristas que diz não crer na continuidade do dom de variedade de língua, sempre argumentam as algaravias que havia nos cultos pagãos na cidade de Corinto. Como se o dom de variedade de língua, os cristãos daquela cidade tivessem herdado desses lugares. Lembrem-se: Paulo não escreveu pra acabar ou proibir o falar língua; I Co 14.39 os irmãos em Corinto não haviam aprendido ou herdado aquilo dos cultos pagãos, se assim o fosse o apóstolo não teria organizado suas manifestações, mas sim, teria condenado, destruído, banido do seio da igreja, noiva de Cristo.
Outra coisa: as línguas não eram uma manifestação só da igreja em Corinto
Dia de pentecoste At 2.39 Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar.
Em Cesaréia At 10. 44 Ainda Pedro falava estas coisas quando caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra.
45 E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro, admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo;
46 pois os ouviam falando em línguas e engrandecendo a Deus. Então, perguntou Pedro:
47 Porventura, pode alguém recusar a água, para que não sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo?
At 11.15 Quando, porém, comecei a falar, caiu o Espírito Santo sobre eles, como também sobre nós, no princípio.
Em Éfeso At 19. 4 Disse-lhes Paulo: João realizou batismo de arrependimento, dizendo ao povo que cresse naquele que vinha depois dele, a saber, em Jesus.
5 Eles, tendo ouvido isto, foram batizados em o nome do Senhor Jesus.
6 E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam.
7 Eram, ao todo, uns doze homens.